quarta-feira, 31 de julho de 2024

o the 100 da vida real

          De tanta coisa que já vivi e passei na vida, não achei que um aperto nos antigos moldes fosse capaz de me desestruturar tanto quanto está fazendo. No the 100 da vida real, me vejo hoje na posição da minha mãe, a qual tanto critiquei e cuidei pra que nunca acontecesse comigo. A vida é mesmo impressionante, né? Sempre me pego pensando em como realmente a gente não é capaz de saber o que leva as pessoas a fazerem certos tipos de coisa. Por mais que a gente pense, debata e discorra, nunca é realmente compreensível até que você esteja naquele exato lugar. O the 100 da vida real. Dia desses, conversando com ela, perguntei: ''como é que você fazia?''. O conflito geracional e como somos cada vez mais prejudicados pela desvalorização do dinheiro, do trabalho e de tudo mais.
          Essa noite dancei com a minha miséria e com todos os meus fantasmas e talvez essa tenha sido a coisa mais poética que fiz nos últimos meses enquanto tento desesperadamente me reconectar comigo mesmo. Não há baladinha antiga da Britney Spears que dê conta. O fardo hoje é pesado pra caramba e a responsabilidade assombra de uma forma que me faz sentir muita falta de uma década atrás, quando eu achava que tinha problemas de verdade. Chegar em casa com um cd gravado com as novas da nossa diva pop favorita foi uma doce lembrança no meio de todo esse caos. Com ela, também a lembrança de um dia bom e despretensioso na piscina, com um mundo de possibilidades à nossa frente. Realmente fiz muito dali em diante. Muito mesmo! Revivendo tudo isso essa noite, não chorei só de tristeza não. Mas tentar a todo custo manter o ritmo da subida é enlouquecedor pra quem não tem ajuda ou reconhecimento e nada sozinho na correnteza. E essa metáfora nem foi pensada, apesar de a sensação de afogamento ser cada vez mais real mesmo.
          Penso que largar tudo e realmente recomeçar é a única alternativa plausível, mas dei tanto sangue pra chegar até aqui que parece tão injusto com todo o esforço e sacrifício que fiz. Algo que vai me jogar anos pra trás de onde estou agora.
          O lugar de vítima é cansativo demais. Por vezes eu quero tanto simplesmente levantar e tomar atitudes, recuperar meu senso de urgência e de enfrentamento das coisas de cabeça erguida. Mas em alguns momentos, e não sei dizer quais, fui perdendo essa confiança e essa auto estima. Minha auto imagem está realmente em frangalhos e faz tempo. Restam alguns lapsos no meio dessas ondas, que são onde consigo de fato tomar atitudes e resolver algumas coisas, mas logo tudo volta e com ela a inércia e sufocamento. Sei que são sintomas claros de ansiedade e depressão, mas não tenho médico, diagnóstico ou acompanhamento. Tenho meus gatos, um estoque ilimitado de café e, ainda assim, muitos sonhos.

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