segunda-feira, 18 de abril de 2016

Fim do ciclo

     Começo esse texto dizendo que superei você.
     Não que eu te deva qualquer tipo de satisfação com o que diz respeito aos meus sentimentos. Não que você queira saber.
     Ao te ver já não palpito, já não suspiro.
     Já não quero morrer ao vê-lo ao seu lado, e nem fico mais pensando que cada traço das conversas de vocês já tivemos antes.
     Cumprimento-os solenemente. Já sei dividir o mesmo espaço, o mesmo bar.
     Já não tento mais abrir seus olhos.
     A verdade fala alto, mas o amor, além de cego, é surdo.
     Resta a lembrança. A lembrança de um tempo bom e de bons contos.
     Os contos ficam, ficarão. Mas você, você não.
     E mesmo que me procures na madrugada fria, ou depois de mais um briga, já não nos vejo sendo. O que seríamos. Um dia.

4 comentários:

  1. Ainda bem que tudo tem o fim! Eu aprendi que por mais doloroso que os finais e as despedidas sejam, às vezes elas são sumamente necessárias.

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    1. Necessárias. Acho que essa é a palavra pra ajudar na percepção da libertação, enfim.

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  2. Os fins nada mais são que portas se abrindo pra novos começos, não é mesmo? Acho que esse texto veio em boníssima hora!

    Muito bem escrito, por sinal.
    Você sabe mexer com essas tais palavras, Johnny :)

    Beijo, beijo.

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    1. Portas merecidas e desejadas, com certeza.
      Fico feliz que goste da minha escrita e que se ache nos meus perdidos.

      Obrigado! :3

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