Se antes era parte natural de mim escrever entre metáforas e cafés, depois de tudo o que me sobrou foi a versão alternativa que viaja entre mundos. Rapidamente tomou o espaço do primeiro eu e se fez muito mais presente e forte. Carrega uma máscara e identidade muito mais forte, é verdade. Mas o forte é só questão de ponto de vista. Nessa incessante busca pelo primeiro eu, me pego visitando festas, campos e camas. Visitando porque, de fato, nunca estive. E olha que essa é uma frase bem literal.
Sobre merecer mais do que essa bosta toda em que estamos, apenas consigo dizer que é sentimento compartilhado. Há muito os filtros coloridos nos deixaram porque a vida cobra e a gente é inundado por toda essa lama que descolore. Conseguir sair e respirar é quase utopia.
Já não restam fotos, sorrisos ou paz. O que ficou é esse sentimento de destruição interior toda vez que meu olhar cruza o seu ou mesmo o fazem em segredo. E destrói tanto por dentro que não sei como não vaza aos olhos. Talvez vaze, mas é quer já é tanta coisa que já nem sei mais o que vi ou vejo. Sentido nenhum, realmente.
Tem gente que vai embora e na hora de catar as roupas espalhadas no apartamento e a escova de dente na segunda gaveta do banheiro, leva a gente junto. Leva tudo o que a gente achava que era e perdemos nosso RG na bagunça, a identidade escondida na poeira debaixo do tapete.
ResponderExcluir"Nessa incessante busca pelo primeiro eu, me pego visitando festas, campos e camas." parece algo que eu escreveria de tanto que me serviu. E olha que essa é uma frase bem literal.
A gente se atola na saudade e no emaranhado de nós que parecem não se desfazer mesmo com as malas prontas do lado de fora da porta.
Despedidas são sufocantes. Especialmente quando a gente odeia a partida.
E ela parte não só a ida, mas o que fica também se despedaça.
[eu amo sua poesia pra sempre.]
Eu não consigo colocar em palavras o que eu senti com esse comentário. Te disse no twitter, né.
ExcluirNão há o que mais acrescentar aqui.
[obrigado, sempre]