segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Redemoinho

          Esse glitter, as máscaras e as cervejas são disfarce puro do meu caos. É que toda vez que eu vejo as pessoas fazendo o que faríamos e fazíamos eu grito de dor. São os nossos planos, a nossa vida. O disfarce é vital pra minha sobrevivência nessa miséria que me restou. Quem vê nem nota, mas é por causa do meu lado artista de pintar e enfeitar. Do pouco que me resta, ainda sei decorar bem uma bela tragédia.
          É difícil pra caralho toda vez que eu te vejo ou sei de você. Ouvir a sua voz me bambeia e a máscara sempre dá uma escorregada em todas essas vezes. Cê facilita bastante o processo pra mim porque se trancou de tudo, mas é uma necessidade tóxica minha de me machucar assim. Eu tenho esse processo autodestrutivo de perceber o que é pior pra mim, ir lá e fazer. Já fiz pior, é bem verdade. Esse processo, hoje, é só interno. Pelo menos não respingo em ninguém mais. Das minhas necessidades urgentes, consegui parar de arrastar as outras pessoas pro meu redemoinho de destruição.
          Voando no centro de todo o caos, não tem ninguém pra me salvar. Então eu chego a exaustão e caio inerte até me recuperar ou explodo de vez.

6 comentários:

  1. O carnaval trás um pouco disso, o artista festeiro e indiferente que maquia toda sua tragédia com tintas vibrantes e mascaras coloridas.

    Nós, poetas, escondemos-nos todos os dias do ano, no refúgio das nossas palavras e na risada escandalosa na mesa de bar. Como se nada nos abalasse.

    E abala. Sacode e é um terremoto insuportável nas nossas entranhas.

    Em todos os lugares os fantasmas do qur fomos e do que seríamos.

    Estou amando esse teu jeito diferente de escrever do que o usual (que também amo), o sentimento fervilhando e a sinceridade como ela é.

    O mundo precisa te ler!!!
    ❤️❤️❤️❤️

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    1. Aaah Beca, você sempre completando tão bem o que não digo.
      Nossa troca me mantém e motiva.

      O mundo precisa ler VOCÊ.
      Aparecerei mais, obrigado ♥

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  2. Falta-nos um curso de "aprender a deixar ir".

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  3. Ai que saudade desse blog lindo! Acho que todo mundo tem um pedacinho autodestrutivo dentro de si mesmo (infelizmente), alguns respingam em quem tá em volta, outros não, ou pelo menos aprenderam como não o fazer.

    Cheiro de Pipoca

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    1. Que saudade, Vitória!
      To com saudade do cheiro de pipoca também! Vou aparecer hahaha
      E cê tem razão, acho que todos temos um pouco mesmo. Aprender como lidar é o diferencial.
      Adorei que cê apareceu! Beijo

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