terça-feira, 4 de julho de 2023

Exercício diário

           Percebo que estou absolutamente ferrado quando depois de conhecer e me envolver com um completo tudo-o-que-alguém-procura eu chego em casa depois de uma noite maravilhosa e só consigo pensar em você. Mais ferrado ainda quando isso me acontece duas vezes, com dois desse tipo que é raridade tipo 0, e ainda assim a única pessoa a morar na minha mente não é nenhum deles.

          Uma sábia senhora costumava sempre me dizer que coração é terra que ninguém pisa, mas por vezes eu queria segurar a emoção e usar mais a lógica. Poderia me inclinar a desenvolver algo com algum dos dois, já que não me restam dúvidas de que seria tudo aquilo. Mas não acho justo comigo mesmo e nem mesmo com eles. Não quero viver meia vida novamente. Tá certo que uma vez dentro do relacionamento, eu uso a lógica como ninguém, mas admito que sou bem torto até conseguir engatar o trem nos trilhos novamente.

          Ver e sentir como é estar com alguém que realmente quer desenvolver algo comigo ou apropriadamente me deseja me faz questionar o porque de vir aceitando me espremer pra caber num lugar que deveria ser natural, bom e simples. Entendo que é porque vejo ali potencial maior do que qualquer outro. Mas não adianta ver sozinho, nem mesmo me dispor tanto e só levar porta fechada. Depois de tanta porta fechada que foi aberta, já não foi suficiente pra deixar o medo de lado e passar a deixá-las pelo menos destrancadas pro incerto?

          As possibilidades e o novo incerto me excitam como nenhuma outra coisa. Disposição. Meu exercício diário é ver que esse caminho de possibilidades tem outros ângulos, além do que eu gostaria que fosse.

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