sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

dez da manhã

           Ultimamente tenho contemplado minha vida e as escolhas que me fizeram chegar até aqui. Muita coisa em constante mudança, muitas possibilidades. E no meio de tudo, minha contínua decisão de sempre permanecer. Minhas necessidades afetivas são específicas e eu realmente não me considero uma pessoa difícil de lidar. Me agradar é bem fácil, na verdade, mas é preciso sintonia. Se a gente se desencontra e não alinha a frequência, tá fadado ao estrago. Disso não tenho do que reclamar. O coração anda bem bom e nossa rotina e encanto andam lá em cima. Gosto demais de todos os planos e de tudo o que fazemos juntos. Me preocupo que a folia da indecisão do seu coração nos leve pra outro caminho, mas já abri mão de me preocupar em demasia sobre coisas que não posso controlar. Por incrível que pareça dizer isso, eu não quero controlar nada. Quero dividir e viver, nada mais.

          Meu filme tá chamando e já atendi o telefone de sapato cintilante pra dizer pra segurar as pontas. Lidar com muitas pessoas é bastante complicado no que se diz em logística e por mais que seja eu quem não quer mais esperar, manter em foco que o melhor pro projeto deve ser sempre prioridade. Dá um gole no café e puxa o freio de mão porque hoje não vou deixar o carro descer desgovernado.

          Planejar muitas coisas ao mesmo tempo tem sido divertido. De repente me vejo no meio da realização de dois sonhos que de alguma maneira o universo convergiu pra que se juntassem e eu pudesse fazer isso nesse momento. Louco demais como as coisas caminham pra acontecer na vida da gente. May we meet again, sempre dissemos. E não é que vamos? Uma tattoo vem daí com certeza.

          As feridas de anos de negligência e abuso emocional parecem mais vivas do que nunca, e que loucura é só se dar conta real depois de um tempo. Como pode a gente ter noção das coisas e mesmo assim não ter? Conversando sobre isso e sobre outras situações bizarras, me dei conta de que muito da causa do que me fez ser o que sou hoje, não era exatamente o que eu achava que era. Tem coisa que a gente enterra mesmo. Até aqui já foram dois copões de café e ainda são dez da manhã.

          O café, inclusive, tem sido grande aliado nos últimos tempos. Mas aquele aliado que a gente sabe que eventualmente vai derrubar a gente. Me parece que sempre vai existir essa necessidade de me prender a algo pra não sair voando por aí. Talvez isso seja o real motivo da minha falta emocional.

4 comentários:

  1. Hey, Johnny! É muito bom ainda te ver pela blogosfera... Amei teu texto, como há muito tempo. Sei que, provavelmente, não signifique isso, mas na parte que menciona atender o sapato cintilante... Imaginei um pai atendendo o telefone de uma filha hahaha. Espero que esteja tudo bem. Até a próxima! o/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Taís! Que legal te ver por aqui de novo também! Dia desses eu tava revisitando uns blogs que costumava ler, não achei o seu. Você ainda posta? Se sim, deixa pra mim aqui nos comentários pra eu ver!
      O que eu mais gosto nos textos são exatamente as interpretações das pessoas, como você fez com o sapato. Muito legal!
      Até breve! =)

      Excluir
  2. Coisa boa voltar aqui e ver que respondeu ao meu comentário! Voltei a postar no mês passado, porque estava de férias... Mas não sei se consigo "voltar" de verdade. De qualquer forma...

    https://momentosdelucidezenemtanto.blogspot.com

    Até a próxima! o/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Entendo! Eu sou assim também... vou e volto haha
      O importante é manter o contato com a escrita e esse espaço tão afetuoso que criamos, né? Penso assim.
      Vou visitar seu blog também pra me atualizar =)

      Excluir