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sábado, 2 de abril de 2016

Primeiro de abril

     Primeiro de abril, 200 milhões de segundos. Flashes desconexos, passos (des)conhecidos, sentido zero. Alien.
     Primeiro de abril. Vida arrastada, vida chorada. Música abafada. Tanta coisa muda em 200 milhões de segundos. Se antes vivendo, hoje correndo. Tem coisa que não faz o menor sentido acontecer. Passem quantos segundos passarem, jamais fará. Sorte da vida ter quem se ama ao lado. Sorte da vida (re)conhecer quem se ama. Loucura.
     Pintura no quadro, rascunhos e rabiscos. Me agarro em cada vestígio seu que ainda existe por aqui, pra sempre existirá. Junto tudo numa tentativa falha de te reconstruir. Um mundo de lembranças. Lembranças do tempo que viveríamos, era nosso. Nada poderia tirar de nós. O céu e as estrelas continuam sendo nossos. Aquela música continua sendo nossa. Sua voz remanesce na minha cabeça e todas as coisas ditas-não ditas também. Durmo com você, acordo com você. 
Te eternizo em música, te eternizo em poesia. Para sempre eterno.
     Se no dia da mentira tudo é mentira, afinal, por que ao décimo primeiro toque do relógio a chave da tetra não gira mais? A construção da vida é ilusão.

     Primeiro de abril, dia que eu queria mais que tudo que a verdade fosse mentira.

domingo, 5 de abril de 2015

Dois segundos

     A vida é a coisa mais sem sentido e irônica que existe na própria vida. Uma série de acontecimentos pode nos levar a ter essa reflexão, mas um em particular. A vida às vezes te pega, te destrói e te deixa lá aos pedaços e parece que diz ''agora se vira aí e vai em frente''.
Não sei lidar com perdas. Não sei, nunca saberei, nunca quererei. Nada pode ser mais doloroso, cruel, e, por tantas vezes, injusto.
     Não sei sair, beber, dançar, ouvir as músicas que compartilhávamos e ficar na boa. Não sei ficar numa boa. Não sei me sentir corroído por dentro e ir ali rir com as pegadinhas do Silvio Santos. Tanta coisa é cobrada da gente depois que a gente cresce e eu sempre disse: não sei ser adulto. Não sei ter que passar por cima dos outros, não sei fazer qualquer outra coisa que não parta do princípio de amar. Isso, de forma alguma, significa que não saiba me defender, mas por tantas e tantas vezes me faz fraco. Mas se ser forte significa não sentir, não se importar, então fraco quero ser. Faço força na minha fraqueza, e isso me faz mais forte do que qualquer outra coisa. Do meu jeito, no meu tempo.
     É tão bizarro, sem sentido, você viver nesse ritmo maluco frenético sem noção correndo sempre atrás de conseguir fazer tudo, conquistar seu espaço, construir algo e de repente outro algo vir com mais força de impacto e te deixar estirado no chão, sem reação. E isso te faz perceber que você não vale nada. Que tudo é tão eterno, mas é tão frágil que em dois segundos pode nunca mais estar ali daquele jeito.
     É preciso ter um propósito maior, algo de realmente significativo pra se fazer no meio dessa insanidade toda. É preciso, é vital. E, se é assim, no fim tudo o que importa é o que você foi e o que você fez em cada pessoa que cruzou a sua vida, que dividiu a sua vida. O que representou em cada uma. Na minha, cada uma delas me inspira de uma forma diferente, e por isso perdê-las pode ser um tipo de dor irreparável.
     Uma das minhas citações favoritas em músicas é ''and I am so sick of tryin' to live forever when we're all dying". Sempre representou uma metáfora, pra mim. Mas agora é mais real do que jamais foi. Assim como o primeiro de Abril. Assim como a marca no travesseiro, a letra no papel.
   


"sorte da vida foi quando eu então te conheci, veio assim, sem pedir, de repente tava ali por mim"