quarta-feira, 23 de agosto de 2023

a falta que eu não quero

           Eu penso na nossa viagem, nas conversas deitados na areia da praia e na mureta da urca. Nas trocas de confidências e sorrisos e abraços. Penso nas noites infinitas viradas de filme, de guloseimas e de carinho. Nas horas e horas de conversas aleatórias sobre todo tipo de assunto cultural ou que ronde a internet. Dos nossos grandes planos. Dos incentivos e apoio incondicional pras situações e pros projetos. Em como um levantou o outro a estruturar o que estamos fazendo agora com tanta empolgação e dedicação e em como vamos fazer isso depois em outros ares. Penso em tudo, penso muito. Fecho os olhos, ouço sua voz no meu ouvido e o toque da sua mão.

          Penso que os terremotos vem pra nos fazer manter de pé. Mesmo que caiamos, vem pra que consigamos levantar. Se assim quisermos. Penso que insegurança é normal e faz parte dela temer e repensar os caminhos trilhados. Mas que ela é o que é: insegurança e medo. E esses dois estão presentes mesmo quando os terremotos não estão. 

          A disposição em achar nosso equilíbrio existe e funciona. Tem funcionado muito. Nos equilibramos em cenários caóticos, você sabe. Pode ser que atualmente me sinta arrasado, mas pontuamos e cuidar das mágoas faz parte pra restaurar o ponto de equilíbrio. Quero restaurar. Quero estar apto a me restaurar e a retomar. Espero muito que você também. 

          Mas se você me diz que sente muito, que quer eu te perdoe e que minha mágoa não confunda minha cabeça, então não sai. Se se preocupa com isso, você não se afasta, você se mantém perto. Eu to tentando não olhar pra mágoa e voltar a rotina normal numa boa, passando por cima do que ainda to sentindo. Só não se afasta de mim porque aí, por mais que cada um dê foco e energia nos projetos que começamos juntos, sempre vai estar faltando alguma coisa.

          Eu tenho lidado com muito, mas com essa falta eu não quero lidar.

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