quarta-feira, 31 de julho de 2024
o the 100 da vida real
segunda-feira, 15 de abril de 2024
um espaço de tempo feliz
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024
dez da manhã
Ultimamente tenho contemplado minha vida e as escolhas que me fizeram chegar até aqui. Muita coisa em constante mudança, muitas possibilidades. E no meio de tudo, minha contínua decisão de sempre permanecer. Minhas necessidades afetivas são específicas e eu realmente não me considero uma pessoa difícil de lidar. Me agradar é bem fácil, na verdade, mas é preciso sintonia. Se a gente se desencontra e não alinha a frequência, tá fadado ao estrago. Disso não tenho do que reclamar. O coração anda bem bom e nossa rotina e encanto andam lá em cima. Gosto demais de todos os planos e de tudo o que fazemos juntos. Me preocupo que a folia da indecisão do seu coração nos leve pra outro caminho, mas já abri mão de me preocupar em demasia sobre coisas que não posso controlar. Por incrível que pareça dizer isso, eu não quero controlar nada. Quero dividir e viver, nada mais.
Meu filme tá chamando e já atendi o telefone de sapato cintilante pra dizer pra segurar as pontas. Lidar com muitas pessoas é bastante complicado no que se diz em logística e por mais que seja eu quem não quer mais esperar, manter em foco que o melhor pro projeto deve ser sempre prioridade. Dá um gole no café e puxa o freio de mão porque hoje não vou deixar o carro descer desgovernado.
Planejar muitas coisas ao mesmo tempo tem sido divertido. De repente me vejo no meio da realização de dois sonhos que de alguma maneira o universo convergiu pra que se juntassem e eu pudesse fazer isso nesse momento. Louco demais como as coisas caminham pra acontecer na vida da gente. May we meet again, sempre dissemos. E não é que vamos? Uma tattoo vem daí com certeza.
As feridas de anos de negligência e abuso emocional parecem mais vivas do que nunca, e que loucura é só se dar conta real depois de um tempo. Como pode a gente ter noção das coisas e mesmo assim não ter? Conversando sobre isso e sobre outras situações bizarras, me dei conta de que muito da causa do que me fez ser o que sou hoje, não era exatamente o que eu achava que era. Tem coisa que a gente enterra mesmo. Até aqui já foram dois copões de café e ainda são dez da manhã.
O café, inclusive, tem sido grande aliado nos últimos tempos. Mas aquele aliado que a gente sabe que eventualmente vai derrubar a gente. Me parece que sempre vai existir essa necessidade de me prender a algo pra não sair voando por aí. Talvez isso seja o real motivo da minha falta emocional.
sexta-feira, 15 de setembro de 2023
.uma breja e duas bolinhas com o que me arrasou.
Meu último relacionamento me deixou tão fodido da cabeça que eu me vejo num processo exaustivo de desvincular a forma como eu aprendi que devo me comportar em relação a várias situações de pessoas diversas. É estranho pensar que um novo relacionamento tranquilo e leve pode realmente ser o que parece e que eu mereço isso.
Durante tanto tempo eu fiz das tripas coração e demorei tanto pra aceitar que não importava o quanto eu me esforçasse ou quisesse ou fosse bom, eu sempre ia chegar em casa e perceber que ainda assim não seria suficiente e que sempre existiria alguém pelas minhas costas. Sempre existiria um segredo, uma mentira. E que quando viesse a tona, e sempre vinha, tudo desmoronaria de novo. Eu fui tão destruído em todas as vezes que isso se repetiu que eu acho que não consigo mais ser quem eu gostaria de ainda ser.
E que ter hoje alguém que é o que aparenta, é estranho pra mim. E percebo que quando me sinto desprezado ou deixado de lado, isso realmente não está acontecendo. Quando logicamente paro pra ver as situações, tenho atenção, cuidado e carinho. Mas que me desacostumei a ter isso sem que existisse algo por trás e aí realmente inverto a realidade e coloco em risco o que de bom tenho hoje. Mas não quero que Lola tenha espaço aqui. Mary.
Sou grato de ter a oportunidade de me reconstruir e de ter alguém que se importa tanto em somar e me botar pra cima e pra frente. Sei que pode até levar um tempo, mas eu vou conseguir finalmente deixar de ser caos constante porque cada vez mais sou calmaria centrada, enfim.
Mesmo tendo passado de novo e de novo pelos traumas que me esmagavam e no fim já sentavam comigo pra tomar uma breja, eu me preocupo muito e quero tanto que você seja feliz e de alguma maneira ainda queria poder te cuidar. O que não faz logicamente nenhum sentido, mas eu não consigo explicar essa ligação e sentimento que existem dentro de mim. E que eu sou hoje capaz de separar tudo de bom e de ruim que vivemos. Me sinto profundamente triste quando penso em tudo o que aconteceu, principalmente pelo potencial que existia. Mas me sinto feliz por tudo de incrível que vivemos. E que consigo colocar esses dois sentimentos em lugares separados, ambos à parte de mim. Não me sinto mais massacrado ou sem ar e sem vida. Consigo separar, te olhar e querer genuinamente que seja muito feliz e saudável. E que pra todo o sempre vou te amar. De uma maneira fraternal e carinhosa, pra todo o sempre.
Que um dia possamos coexistir sem coisas por trás, ter uma relação saudável e respeitosa, cada um em seu respectivo caminho e com suas respectivas escolhas.
quarta-feira, 13 de setembro de 2023
.damocles part two.
Eu acho graça do meu timing de preparar coisas especiais pra você exatamente no dia que cê vai me dar um fora. É só sem sentido e eu tô me desobrigando de tentar tanto entender e de tentar tanto. Acho que meu muito é realmente muito. É que eu queria tanto que cê me deixasse gostar de você e que se permitisse gostar de mim também.
Gosto das descobertas de uma pessoa que consegue ser tão diferente de mim e mesmo assim ter tanta afinidade e tanto em comum em tudo. Tudo mesmo.
Mas de via de mão única na minha vida eu já fui cheio demais. Eu tento mesmo dobrar pra uma de mão dupla, mas se cê me puxa de volta pra outra via vai ter mesmo uma hora que vou ficar por ela.
Eu não quero pensar demais sobre isso senão eu vou acabar tomando alguma decisão e só eu sei o quanto eu sofri na última decisão que tomei, mesmo que eventualmente eu tenha voltado atrás.
No fim, a vulnerabilidade tá aí mesmo e eu tava certo. O cuidado e carinho que eu quero vão vir de mim e dos meus dois guardiões (que já já serão quatro).
quarta-feira, 23 de agosto de 2023
a falta que eu não quero
Eu penso na nossa viagem, nas conversas deitados na areia da praia e na mureta da urca. Nas trocas de confidências e sorrisos e abraços. Penso nas noites infinitas viradas de filme, de guloseimas e de carinho. Nas horas e horas de conversas aleatórias sobre todo tipo de assunto cultural ou que ronde a internet. Dos nossos grandes planos. Dos incentivos e apoio incondicional pras situações e pros projetos. Em como um levantou o outro a estruturar o que estamos fazendo agora com tanta empolgação e dedicação e em como vamos fazer isso depois em outros ares. Penso em tudo, penso muito. Fecho os olhos, ouço sua voz no meu ouvido e o toque da sua mão.
Penso que os terremotos vem pra nos fazer manter de pé. Mesmo que caiamos, vem pra que consigamos levantar. Se assim quisermos. Penso que insegurança é normal e faz parte dela temer e repensar os caminhos trilhados. Mas que ela é o que é: insegurança e medo. E esses dois estão presentes mesmo quando os terremotos não estão.
A disposição em achar nosso equilíbrio existe e funciona. Tem funcionado muito. Nos equilibramos em cenários caóticos, você sabe. Pode ser que atualmente me sinta arrasado, mas pontuamos e cuidar das mágoas faz parte pra restaurar o ponto de equilíbrio. Quero restaurar. Quero estar apto a me restaurar e a retomar. Espero muito que você também.
Mas se você me diz que sente muito, que quer eu te perdoe e que minha mágoa não confunda minha cabeça, então não sai. Se se preocupa com isso, você não se afasta, você se mantém perto. Eu to tentando não olhar pra mágoa e voltar a rotina normal numa boa, passando por cima do que ainda to sentindo. Só não se afasta de mim porque aí, por mais que cada um dê foco e energia nos projetos que começamos juntos, sempre vai estar faltando alguma coisa.
Eu tenho lidado com muito, mas com essa falta eu não quero lidar.
domingo, 20 de agosto de 2023
cinza
Derrubei uma chuva nesse dia cinza cobrindo o arco iris da praça porque hoje acordei ranzinza e cansado. Cansado de dar 200% da minha energia pra fazer alguém gostar de mim de uma maneira que deveria ser natural pra ela. Ou de fingir que eu não sei de coisas que eu sei e passar por cima do que me faz bem, pra poder fazer o bem pra sei lá quem, que talvez eu já nem conheça mais. Ou de queimar minha cabeça com um projeto foda e queimar todos os recursos pra fazer as coisas acontecerem e lutar sozinho. É realmente cansativo e se seguir assim, essa brisa gélida que entra pela janela e corta meu peito asfixiando as borboletas aqui dentro vai ficar cada vez mais forte.
Trazer de volta os velhos hábitos como o café quente, companheiro nesses dias de intensidade, é perigoso na medida. Sei que pode desencadear a ansiedade desenfreada que já destrancou a porta e tá respirando atrás da maçaneta, pronta pra girar e invadir de novo o que sobrou de mim. Mas nem isso é suficiente pra me impedir de dar uma boa golada no meu bom e velho, sem açúcar.
Me prende só porque sabe que pode, mas quando faz isso desconsidera que eu sou a pessoa que eu sou pra você. Faz isso baseado num jogo que não tem que existir e que diz mais sobre o conflito consigo mesmo do que comigo. Me trata de qualquer jeito e eu nem mesmo sei o que foi que mudou. Quando percebe que me magoou pra além dessa impessoalidade, já pisou nos pequenos galhos das sementes que plantamos no nosso caminho tão legal trilhado juntos. E aí eu faço o que? Eu não quero mais ficar recolhendo os meus pedaços de sentimento e nem ficar a sua espera. Eu não quero esperar você gostar de mim ou resolver que gosta. Se não me quer, me deixa ir.
Hoje eu vou tomar tanto café, afinal é o único vício que eu tenho pra me derrubar uma vez que eu não fumo e o alcool não me é tão interessante assim. No fim desse domingo eu termino com um novo roteiro pronto ou então com uma passagem de ida pra essa semana. Dessas duas, com certeza uma.