Começo esse texto dizendo que tem sido muito difícil competir comigo mesmo. É certo que o que nos separa daquilo que queremos ser é o trajeto que fazemos, mas se o trajeto se desenha a nossa frente qual a grande dificuldade em trilhar o caminho? Coincidentemente abro a rede social e pula na minha cara uma postagem do meu ilustrador favorito com uma ilustração e reflexão sobre ''o chamado''. "Quanto mais tempo você resiste ao chamado da sua alma, mais difícil é de achar seu caminho de volta''. Eu acredito nessas coisas pra caralho e se isso não for o universo conversando em resposta à minha oração dessa noite, eu não sei o que mais pode ser.
Essa angústia que me taca de uma parede pra outra me faz querer parar de percorrer o corredor. A nova-velha bruxa vem com um papo sobre ceder e abraçar esse lado ruim afim de encontrar equilíbrio mas ainda não consegui fazer isso. Sempre que tento abraçar, ele me sufoca de tal maneira que fico inerte. Não sei se estou fazendo do jeito certo. Talvez eu não esteja realmente fazendo, mas apenas dizendo que sim. Típico de mim.
Numa recordação de apresentação com direito a recursos visuais e entretenimento, me sinto a cantora pop depois de perder sua alma pra um sistema corrupto e falho que a esmagou. Sua essência está lá, mas blindada de tal maneira que talvez não consiga mais ser acessada. Me questiono se eu ainda consigo acessar a mim mesmo. Me acessar e resgatar é tudo o que eu verdadeiramente gostaria de fazer.
Durante esses picos de ansiedade, percebo que passo de relance entre os dois extremos e vislumbro uma rápida e ilusória reconexão comigo mesmo. Quando o desafio passa e o pico se estabiliza, perco o vislumbre numa falsa sensação de que tudo se encaixou à normalidade mas aí tudo volta praquele emaranhado de nada com nada durante a rotina. Deve ser por isso que as pessoas usam droga. Sério, não ironicamente penso isso. Uma forma de dissociar da realidade. Sempre fui medroso demais pra isso.
To vendo que o papo de hoje tá mais denso do que de costume, mas acho que é minha estafa interior pedindo pra sair um pouco. No final das contas acho que me subestimei. Percebi que já tive sim muita destreza pra tolerar certos tipos de situações na minha vida e fiz isso muito bem, mas ao mesmo tempo, com mais de trinta hoje em dia eu simplesmente não tenho mais saco pra isso. A gente faz o que tem que fazer, mas é necessário ter mais cuidado consigo mesmo. No auge dos meus dezoito ou dos vinte e tantos eu também não tinha a bagagem que tenho hoje, então era mais razoável me colocar em certos tipos de situação. O amadurecimento e conhecimento libertam mas se você não souber usá-los em favor próprio vai acabar preso em armadilhas feitas por si mesmo.
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