Se resolvo uma questão complexa de tanto tempo para pouco depois deslocar outras lacunas, qual o sentido? Muitas vezes eu percebo que realmente não sei de nada. É chocante como a extraterrestre consegue ser sempre tão certeira. Gostaria muito de um dia atingir esse ponto de percepção e entendimento das coisas. Até lá, tudo o que posso fazer é seguir tentando, acertando pedra por pedra. Solucionando questões só para bagunçar outras em seguida.
Eu sei que eu tenho esse meu jeito de nem sempre ser tão claro com as coisas ou de deixar as coisas meio subentendidas, meio como enigmas. Por mais que eu tente fazer diferente, volto pra isso porque, na verdade, eu não consigo definir 100% algo que eu sei que tá em constante mudança dentro de mim. E que as pistas e pedaços de mim se espalham por aí, pela minha trajetória nos lugares em que passei e estou. Já faz mais de três anos que por aqui mesmo digo que não sei o que fazer com os meus excessos e que sei que muitas vezes isso acaba por queimar quem está ao meu redor. Mas sei que de lá pra cá já caminhei e, não só evoluí, mas me percebi muito mais. Assim como minhas ações.
Eu já entendi que quando consigo algo tão bom assim, eu tenho dificuldade de processar isso e de acreditar que eu realmente mereço aquilo, então inconscientemente começo a sabotar das várias maneiras que posso, até que eventualmente seja tarde demais. Espero mais uma vez não ter feito isso.
O ácido eu não sei, mas a pedra vermelha eu carrego comigo como uma forma de me lembrar do meu lugar no mundo e de que posso, sim, conseguir. Tendo as provas e mostras recentes que tive, tento me segurar a isso quando o redemoinho dentro da minha cabeça me prende bem no meio. Enquanto os olhos ficam semicerrados e o vento corre absurdamente alto e barulhento, escuto as vozes e vejo as silhuetas. Algumas tentam me ajudar, mas as outras tentam me fechar lá dentro.
E se a única voz que me tira desse meio decide que não fala mais comigo?
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